Estávamos em 1994 e a SEGA já havia lançado todos os acessórios possíveis para aumentar a vida longa de seu console de
16Bits, o Mega Drive. Equipado com acessórios como o Mega CD e o 32X, o equipamento se tornava um console de 32Bits com
a possibilidade de distribuição de jogos em CD. No entanto, claro, ele ainda era um console de 16Bits e que precisava de
diversos periféricos para melhorar seu desempenho, o que não era bem visto pelo mercado, já que consoles de 32Bits
nativos já estavam sendo lançados. Vale lembrar que o 3DO havia sido lançado um ano antes e era tecnologicamente
fantástico!
Então, para não ficar para trás nesta geração, em 22 de novembro de 1994, a SEGA lançou, no Japão, seu novo console,
batizado de Saturn.
O seu hardware foi pensado por dois anos por uma equipe de 27 membros, mas, próximo do que seria o início do processo de
produção a SEGA teve acesso a parte do projeto de desenvolvimento do Sony Playstation, que seria seu concorrente direto.
Enquanto o Saturn teria foco em jogos 2D, a Sony já estava preparando seu console para os títulos em 3D, que pareciam
ser uma tendência. Isso obrigou a SEGA a alterar, às pressas, o projeto do Saturn, mas esta alteração acabou criando um
projeto complexo, e extremamente difícil para que os programadores tirassem proveito dele.
Existiam muito poucas bibliotecas disponíveis para a criação de jogos e as que existiam fugiam muito ao padrão do que
todos estavam acostumados. Enquanto todos os outros consoles utilizam triângulos como formas básicas de desenvolvimento,
o Saturn utilizava quadriláteros. Enfim, estes obstáculos tornavam tudo mais difícil. A simples conversão de títulos já
consagrados em outras plataformas, como era o caso de Duke Nukem 3D exigia enorme adaptação no código.
Esses obstáculos fizeram com que o Saturn fosse um pouco mal visto pelos desenvolvedores de jogos e, claro, sem uma
grande quantidade de títulos um console não é nada. No quesito configuração de hardware o equipamento da SEGA era
bastante poderoso, já que vinha equipado com dois processadores de 32Bits de 28MHz cada, 2Mb de memória RAM e 1.5Mb de
memória de vídeo dedicada e que permitiam que ele gerasse 200.000 texturas por segundo em uma resolução de 720 x 480. A
mídia de armazenamento de jogos era, claro, o CD e o sistema de som do Saturn possuía 8 canais de áudio. Era um conjunto
que impunha respeito, mas, conforme já citado, as alterações feitas de forma apressada em seu projeto tornaram o console
difícil de ser programado e mesmo os jogos que foram lançados quase nunca tiravam proveito de toda sua capacidade.
Outro ponto importante a ser destacado é que por possuir um hardware bastante agressivo, o preço do Saturn acabou sendo
elevado, o que não agradou aos consumidores. No momento de seu lançamento no mercado americano, fato que aconteceu em 11
de maio de 1995, o console custava 399 dólares, um valor considerado alto, até porque o Sony Playstation era vendido por
299 dólares.
Apesar de todos estes problemas o Saturn se manteve no mercado por quatro anos, vendendo quase 10 milhões de unidades em
todo o mundo. E ele tinha atrativos interessantes, como um cabo chamado Direct Link, que permitia a conexão de dois
consoles Saturn para jogos multiplayer. O acessório exigia, claro, dois consoles, duas televisões e dois jogos
exatamente iguais para funcionar corretamente, então por isso não fez muito sucesso, mas era bastante interessante.
Outro acessório inovador era o Multi-Tap, para a conexão de até 10 joysticks. Apesar de serem poucos os jogos com
suporte a tantos players, era divertido.
Com base em tudo o que esteve envolvido em seu desenvolvido, podemos dizer que o Saturn foi um videogame que teve seu
público cativo, mas as falhas em seu projeto o fizeram pagar um preço alto e quem agradeceu por isso foi a Sony, que
pode abocanhar a fatia de mercado de usuários insatisfeitos com o console da SEGA.
Abaixo podemos ver um vídeo com 10 títulos de destaque do Saturn. Vale a pena conferir. Teve muita coisa boa lançada
para o console. Vejam: